terça-feira, 31 de julho de 2018

Opinião In-Game: Final Fantasy XV - a franquia ficou mais rápida sem turnos?


Em novembro de 2016, o mundo passou a conhecer Final Fantasy por uma perspectiva diferente. A franquia que deu aulas de como fazer RPG por quase 20 anos, se tornou aprendiz e se reinventou, apresentando uma nova aventura carregada de elementos dos RPGs ocidentais (que por vezes já a tiveram como inspiração - tudo é um ciclo). O principal chamariz do novo título da série carro-chefe da Square Enix foi, sem dúvida, a jogabilidade em tempo real. Os turnos haviam acabado, todos os combates poderiam ser realizados de forma instantânea e imediatamente responsiva, quase como um hack'n'slash. Como o próprio título estampa em sua primeira tela ao ser iniciado, tratava-se de "um Final Fantasy para fãs e novatos".

E é claro que essa novidade fez meus olhos brilharem. Há muito tempo me interessava por experimentar um game da franquia, principalmente por causa dos visuais e mundos estonteantes. Mas jogabilidade de turnos não é minha praia, já abandonei diversos jogos do estilo - que tentei jogar, de verdade - por perder o interesse em poucos minutos de gameplay. Quando tenho o controle ou teclado em mãos, preciso estar em interação constante com o jogo. Sempre foi assim, desde o Super Nintendo, todos os games que possuí apresentavam jogabilidade e interação ininterrupta com a obra. A maior demora que podia haver eram as cutscenes do Goof Troop, quem sabe. Não sei jogar esperando ou assistindo. E não há nada de errado nisso, cada jogador tem suas preferências particulares, mas o fato é que os turnos sempre representaram o murro entre eu e o desbravar de um universo fantástico como o de qualquer game da franquia Final Fantasy. Ao perceber que o vindouro capítulo me permitiria controle total do personagem, minha atenção foi fisgada na hora: "é esse que eu vou aproveitar!".

Chegar ao PC foi um longo caminho. O game inicialmente não seria lançado para a plataforma, depois surgiram os boatos, posteriormente a sonhada confirmação, e então a data de lançamento: março de 2018. Na summer sale que a Steam realizou no mesmo ano, finalmente adquiri o jogo, minha ideia era revirá-lo de ponta-cabeça nas férias da faculdade, e bem... não foi exatamente isso que aconteceu. As impressões que tive com o jogo e o porquê dessa reviravolta, eu partilho com vocês agora, em mais esse texto do Opinião In-Game, o quadro onde comento sobre os jogos enquanto os estou jogando, antes de zerar e escrever a review final. Seguimos depois do skip.

sábado, 21 de julho de 2018

Point de Vista: Raio Negro (série)


Saudações a todos. Como estão? Espero que bem!

Hoje inicio um novo quadro aqui no Point Games Brasil, chamado Point de Vista. Será um espaço livre para abordar temas de áreas distintas do universo gamer, como séries, filmes, ou mesmo vida e comportamento. Literalmente, tudo. O Point é em essência um site voltado a jogos, mas por vezes sinto que poderia compartilhar opiniões e conhecimento relevantes sobre outras áreas. Pensando nisso criei esta categoria.

E para "começar os trabalhos", vamos conversar sobre Raio Negro, a série live action da DC Comics que, mesmo abordando um super-herói não tão conhecido, tem grande potencial para ser uma das melhores obras televisivas da atual safra de adaptações de personagens de HQs.

O texto continua depois do skip.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Balançaram a pirâmide: Xbox One X roda The Witcher 3 a 40K/60 FPS


Quando montei meu PC gamer em 2015, o motivo que me fez deixar os consoles era a superioridade gráfica alcançada nas versões da maioria dos títulos para computador. Eu entendia pouco ou quase nada de frame rate, não conhecia a Steam, tudo que eu queria era rodar as coisas no ultra, pouco importasse fluidez, resolução ou outros fatores.

Muita coisa mudou desde então. Meu conhecimento técnico cresceu bastante, e hoje sacrifico tudo o que for necessário nos visuais para manter os 60 FPS constantes. Aderi à Steam e descobri nela todas as vantagens e o conforto que sempre desejei e nunca tive quando comprava jogos de console em mídia física. Não ter que lidar com frete ou jogo usado, baixar meus jogos rapidamente, dispor de uma assistência funcional para reembolsar um título quando este é aquém do esperado (e a saudade dos grupos de Facebook onde eu tinha que vender meus jogos usados por 1/3 do que paguei? NENHUMA) e, principalmente, os preços extremamente convidativos, onde consigo pagar, tranquilamente, menos de 100 reais em qualquer lançamento, e dificilmente mais do que 20 contos em jogos que, certamente, eu teria que desembolsar uma boa quantia se quisesse botar na prateleira do PS3 (por causa de babaquices como “raridade” ou “bom estado”, mídia digital manda um abraço).

Mas PC também não é só rosas, quem joga na plataforma tem que lidar com muitos jogos mal otimizados, soluções improvisadas em arquivo .ini, títulos vendidos exclusivamente na Origin ou na Loja da Microsoft (duas interfaces podres, para não usar palavra pior). Mesmo com alguns infortúnios que deixam calos de experiência em nossa carreira gamer, a plataforma ainda é magnífica, contagiante o suficiente para Horizon Zero Dawn ou Red Dead Redemption 2 sequer me cutucarem para me fazer pensar se fiz a escolha certa, pois diariamente o início em 10 segundos da máquina equipada com SSD me dá a certeza de que sim, é aqui que quero jogar.

Só que essa sensação de segurança é maior, ou mais fácil de se manter, quando a sua plataforma está no topo da pirâmide. E esta semana, um vídeo que assisti balançou a pirâmide e possivelmente tirou o PC da posição gloriosa em que se encontrava, com segurança, longe de seus concorrentes de estante: The Witcher 3 rodando em 4K a 60 FPS no Xbox One X. Sim, a desenvolvedora conseguiu que um console custando atualmente 3500 reais alcançasse o desempenho que PCs do dobro do valor penam para conseguir. Não entrarei em detalhes acerca dos métodos utilizados para chegar a tal feito, mas é fato que o jogador que inserir o disco de The Witcher 3 em seu Xbox One X, pegar o controle e sentar ao sofá, curtirá uma luxuosa experiência de jogatina em altíssima resolução e fluidez, e ainda desfrutará do riquíssimo padrão de cores HDR, caso tenha o equipamento adequado. E o peso na consciência bateu no momento em que me lembrei que meu PC, preparado para Full HD e 60 FPS, custou mais que o preço do console que roda títulos em 4K. Teria eu feito a escolha errada? Será que eu deveria me arrepender? O que me restou foi fazer um exercício de auto-questionamento e reflexão, para encontrar uma resposta que fosse, ao mesmo tempo, sensata e reconfortante.


Primeiramente, é importante lembrar que o que me fez abandonar os consoles foi essa “smartphonificação” dos mesmos, a sensação de que o produto que você compra poderá ser substituído por um melhor a qualquer momento. Lembrem-se que PS4 Pro e XOne X são desculpas para os primeiros modelos de PS4 e XOne que foram lançados extremamente fracos em relação ao que deveriam ser. Placas de vídeo também ganham novas gerações com frequência, num ritmo até maior do que os consoles, mas quem impõe a troca é o dono do computador, não uma fabricante que eventualmente deixe de lançar jogos para aquele equipamento, pois os novos jogos continuam chegando ao PC, diferente de um PS3 que deixa de receber Mad Max e Dying Light porque a desenvolvedora decidiu fazer apenas para a nova geração. Tenho mais segurança da vida útil dos equipamentos que compro jogando no PC do que em consoles, especialmente na atual geração onde, ainda contando o Wii U, temos OITO videogames no mercado, produzidos por apenas três fabricantes.


Vida útil longa me faz pensar em economia, e economia remete novamente ao que foi dito sobre a Steam ali em cima. Se ter dinheiro para comprar jogos em uma situação econômica confortável já é difícil, imagine na atual crise que nosso país enfrenta. Não adianta espernear e xingar o Brasil dizendo que “preferia ter nascido nos Estados Unidos”, isso é pura infantilidade e não vai mudar a sua vida ou te tirar da situação atual. Os sobreviventes são aqueles que se adaptam, a velha teoria de Darwin inicialmente pensada em selva e macacos se encaixa muito bem com nosso cotidiano e é perfeitamente real nos dias de hoje. Pagar uma média de 150 reais por jogo continua sendo um absurdo, e eu chamaria de burrice escolher fazer isso enquanto a loja da Valve está te empurrando goela abaixo o mesmo título por menos da metade do preço. O valor mais baixo de um console em relação a um computador é convidativo inicialmente, mas abastecer o aparelho torna-se uma brincadeira caríssima, muitas vezes inviável. O inverso acontece no PC, onde o consumidor dá um salto de fé para conseguir montar sua máquina num primeiro momento, mas depois, o que mais falta é tempo para jogar tudo o que compra na Steam, tamanha a quantidade de ofertas.

Importantíssimo ressaltar que pensar em economia não é “coisa de pobre”. Nunca sinta vergonha de escolher algo por ser mais barato, ou de criticar algo por ser caro. Quando pagamos por um produto, estamos mandando uma mensagem para seu fabricante. Essa mensagem irá orientá-lo na maneira em que deve agir. Se as pessoas fomentam uma indústria cara, ela vai continuar sendo cara indiferente da condição financeira das pessoas, pois estará recebendo votos positivos para seus preços altos e entenderá que as pessoas estão dispostas a pagar aquela quantia. Quando deixamos de comprar, votamos negativamente para aquele preço, a empresa não vê lucro entrando e sente que o alto valor cobrado foi um erro, reduzindo-o para não sair no prejuízo. A coisa não se resume só em números. Empresas não são tiranossauros que dominam nosso mundo, são cães que nós nos acostumamos a adestrar mal. É como passear com seu cachorro na rua: ou você o domina, ou ele te puxa e faz você correr que nem um retardado.

Imagem capturada deste site via Google Imagens.

E falando em números, chegamos ao ponto que causou minha indignação e que tirou o PC da zona de conforto como plataforma soberana quando o assunto é desempenho: um aparelho que custa menos do que meu computador roda os jogos melhor que ele. Pois bem, todas as decisões dos gamers agora são regidas por um padrão de escolha tão superficial? “Quem roda melhor custando menos”? Tudo se resume a isso? Não pode ser. Eu nasci numa época em que a galera escolhia plataforma por achar o controle de uma mais confortável do que o da outra. Por uma ter jogos mais baratos que a outra (parece que os "3 por 10" do velho PlayStation nos ensinaram alguma coisa, afinal – e essa referência não será compreendida pelo público mais jovem). A decisão ia muito além de resolução e a experiência era algo muito maior, composto de uma série de fatores para os quais o grande público parece nem se importar hoje em dia. Eu vim para o PC em 2015 pensando unicamente em gráficos, e eu fico no PC em 2017 por ter hoje uma mente mais aberta e uma consciência mais madura que me permite perceber que fiz a escolha certa, e que não é só um número de gráfico que importa.

Não quero trocar de videogame como troco de celular. Não quero pagar para ter direito a usufruir do modo online pelo qual já paguei quando comprei o jogo. Não quero esperar quinze dias pelo meu jogo ser entregue pelos Correios. Não quero viver na promessa de jogos-trailer que nunca são lançados. Não quero ser obrigado a usar um controle em títulos visivelmente pensados em mouse e teclado. Não quero me incomodar para recuperar o dinheiro do jogo ruim que comprei acidentalmente. Não quero ser obrigado a jogar a 30 FPS o que posso jogar a 60 se desligar alguns filtros. Não quero um emaranhado de cabos numa estante para jogar games de múltiplas épocas quando tenho GOG e Steam posicionadas lado a lado ao alcance de um clique. Não quero ver meus jogos de Super Nintendo borrados numa TV moderna quando eles podem ficar extremamente elegantes em meu monitor. Não quero minha coleção dividida entre uma estante e uma biblioteca de menu. Não quero uma fabricante determinando ciclo de vida útil do meu aparelho conforme ela tem vontade.

Todos esses fatores somados formam a experiência final. O PC não é perfeito, mas continua sendo o melhor lugar para se jogar. Suas vantagens compensam seus defeitos. Em tempo, não posso deixar de elogiar o Xbox One X e a indústria de consoles em geral por finalmente terem chegado onde chegaram, oferecendo uma opção barata de 4K e com fluidez. Mas fica a cutucada: consoles ainda não rodam jogos em ultra wide.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Os consoles de "meia-geração" não são opções. São substitutos


Salve meu povo! Como vocês estão? Espero que bem! Prometi a vocês que não iria sumir, e aqui estou.

O texto de hoje não representa uma volta do Point às atividades com todo o gás, é mais uma singela contribuição minha para que o blog não fique 100% parado. Ainda me encontro naquela situação de pouca disponibilidade de tempo para alimentar este espaço, porém, arranjei uma folguinha agora no pós-E3 e quis compartilhar uma opinião com vocês.

O material que vos trago hoje foi postado por mim num grupo de Facebook que encontrei ocasionalmente, o qual não mencionarei o nome, mas imaginei se tratar de um espaço amigável onde apreciadores de games poderiam debater construtivamente. Pura inocência minha achar que um lugar assim ia existir logo no Facebook. E bobeira da minha parte querer compartilhar uma opinião num espaço público quando tenho o meu próprio espaço para fazer isso, sem falar que aqui eu tenho o controle da situação e haterzinho não vê seu comentário sequer ser lido até o fim por este que vos fala. Apaguei o texto de lá e o trouxe pro Point, pois sei que aqui o nível de público é mais elevado.

O texto é mais curto do que o meu padrão habitual, e nele eu abordo os efeitos das versões aprimoradas dos consoles de nova geração, PS4 Pro e o vindouro Xbox One X, na indústria gamística. Leiam com calma e depois opinem, considero o posicionamento de vocês muito importante. Gamers pensantes são protagonistas, e não NPCs, nessa indústria que amamos.

Basta clicar para ver o post por completo e vocês terão acesso ao material. Aproveitem.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Review: Alan Wake

Disponível para PC (versão analisada) e Xbox 360.


Eu vou ser sincero com vocês: não aprecio obras de terror. É um gênero que definitivamente não me faz a cabeça. Sempre que consumo algum conteúdo em meus momentos de lazer, prezo por aqueles que me permitam relaxar. Mesmo jogos que apresentem uma dificuldade mais elevada ainda são atraentes, pois seu ponto alto é apenas o desafio e nada além disso. Só que quando o assunto é terror, simplesmente não dá para relaxar. Seja um filme, série, anime ou jogo, a tensão que essas obras costumam ter e o medo que causam no espectador com relação ao que vai acontecer na próxima cena, definitivamente não são algo relaxante, mesmo a gente tendo ciência de que aquilo não vai sair pra fora da tela e nos matar, não dá pra ficar calmo com obras assim.

É por isso que eu não conheço nada de Jason Voorhees ou Freddy Krueger além de seus personagens em Mortal Kombat, ou não tenho ideia de como é Outlast. E também é por isso que meus Resident Evil favoritos são justamente aqueles que os fãs de longa data da série mais detestam: os shooters, aqueles com mais ação e menos terror (para ilustrar: RE4, 5, 6 e os Revelations). Até gosto de The Last of Us porque, mesmo sendo tenso pra cacete, tem uma boa história e se passa de dia em vários momentos. Mas se fosse um jogo todo noturno e não tivesse personagens carismáticos como Joel e Ellie, dificilmente eu o jogaria.

Mesmo com toda essa negação, eu tinha curiosidade em jogar Alan Wake. O amigo Alexandre do blog Smash Club vive falando desse game, fala tanto que eu até pensei que fosse um game de começo de geração, quando na verdade o título é de 2012 (lançado depois de Uncharted 3 e no mesmo ano do Wii U, vejam vocês). A propaganda sempre foi tão boa que eu me privei de qualquer informação sobre o jogo, assim como faço com qualquer game que eu tenha interesse em jogar. Fazia ideia de que era um jogo mais tenso, mas não imaginava que eu ia levar tanto cagaço assim. Confiram a review depois do skip!